Hoje o Ardiloso fugiu ao passeio dos pobres. Deu as voltas ao destino e terminou encarcerado. Numa exposição fotográfica sobre a vida de mulheres em estabelecimentos prisionais. Ironicamente o museu da fotografia estar infimamente ligado ao que ainda hoje chamamos de Cadeia da Relação.
«Quando se trata de pessoas com quem mais tarde ficamos próximos, normalmente esquecemos todos os detalhes do primeiro encontro; parece-nos que desde sempre as conhecemos e que desde sempre têm estado connosco. De tudo isso, na memória às vezes surge apenas uma única imagem, vaga e confusa.»
O pátio maldito - Ivo Andric - Cavalo de ferro
É correr, é correr porque está mesmo a terminar. Amanhã já é dia de filmes premiados. Da selecção da malta, quase tudo obteve prémio. Valeu a pena.
É aconselhado ver as seguintes longas metragens:
«Killing Words» - Espanha (melhor thriller do Fantas);
«The Green Butchers» - Dinamarca (melhor comédia negra);
«I'm Not Scared» - Itália (melhor drama, infelizmente não obteve prémio);
«A Tale Of Two Sisters» - Coreia do Sul (o mais genial e fantástico).
Na secção de curtas metragens as nossas escolhas recairam para os:
«Ill See You In My Dreams» - Portugal ;
«The Man Without Head» - França.
Ainda antes que a moda se assuma como nova tendência e atinja a proporção do colectivo, o Ardiloso vem aqui expressamente deixar o seu pedido de aniversário.
Caros amigos e visitantes do Ardiloso, este ano e ainda em formato surpresa venho aqui pedir-lhes que enviem ou depositem em conta ainda a anunciar a sua amizade em forma monetária, pequeno presente nunca inferior a cem euros (vá, não é assim muito), para que eu possa de entre as surpresas que tenho em vista optar confortavelmente por uma. Chamemos-lhe pequena excentricidade, mimo até, mas é um pequeno esforço por algo fantástico (não inferior a dez mil euros) que ficará para sempre marcado no meu coração.
Vá lá amigo, não seja caloteiro, deixe o seu que ao fim ao cabo passará a ser o meu.
«Com base em casos da vida real, qualquer semelhança com a realidade não será mera ficção.»
Na anamnese de ontem perdi o fio à meada.
do Gr. anámnesis, lembrança
s. f., Ret.,
recordação do que se finge esquecido;
reminiscência;
recordação.
Ontem, eram as espigas em dias de verão, a imensidão dos campos secos. Tudo de um amarelo torrado. A infância, os amigos, as brincadeias... uma descoberta, a sua consequente transformação em segredo. Uma nova amizade. A descoberta do quão cruel pode o mundo adulto ser.
O dia de ontem teve anamnese de férias de infância. E agora, «Io non ho paura».
Este filme marcou. Já não tenho medo.
Houve na passada semana um verdadeiro acto de ardil que não ficou registado pelo Ardiloso. No entanto o Ardiloso, concorda plenamente com a Babugem no seu post Mirabolância que aqui passa a citar, fazendo minhas as suas palavras caro Ricardo.
«O homem pode até ser um aldrabão. Um ladrão. Mas ninguém merece ser transformado em jogete do desatino judicial. O que aconteceu hoje com Vale e Azevedo - libertado para logo a seguir ver-se reconduzido à situação de detido (ou o diabo que o valha...) - é uma vergonha. Tornada ainda mais vergonhosa pela cobertura televisiva a que foi sujeita. Há coisas que pura e simplesmente não devem ser mostradas. Como por exemplo um homem vitimado na dignidade da sua condição humana.»
Ainda ontem comentava a infeliz placa publicitária do Planetário do Porto. Várias vozes devem entretanto ter-se feito sentir, tantas que ainda ontem ao fim da tarde a dita placa acabaria por ser removida sem dano para o painel.
Espero que a remoção não tenha sido somente feita pelo "peso" artístico da autora em si, mas por ser uma obra de arte. É impróprio e lamentável ocultar arte de qualquer forma ou espécie.
Por agora, o importante é o retorno à normalidade. O painel pode ser novamente observado aquando do cimbalino.
Who could tell the story better
About the things that I went through
Some were great but most were terrifying and so spooky too
Had to get out of there, to hide away
Had to get out of there, to find my way
I troubled everything too soon
Now where I want to be is
Where I want to be is
Need I say my only wish was
To escape my earthly life
High skies were no option whereas
Diving deep in oceans wide
Was the way for me, to hide away
A possibility, to leave today I troubled everything too soon
Now where I want to be is
Where I want to be is
Under the sea is where I'll be
No talking 'bout the rain no more
I wonder what thunder will mean, when only in my dream
The lightning comes before the roar [...]
Disappointed in the sun - In a bar, under the sea - dEUS.
Este ano parece ter sido de vez. O ardiloso descobriu finalmente o caminho para o Fantasporto. Ainda selecciona bem os filmes que vai vendo, mas já vai ao festival do cinema fantástico. Sem manhas sem preconceitos, atreve-se a dizer que está a gostar.
Escolhi esta manhã de domingo cinzento para deixar-me levar por um mar de links entre blogs e posts. Queria poder sentir-me um verdadeiro blogger (será que a expressão existe?) e sentir-me actualizado em relação a outros. Saber o que os outros escrevem, o que pensam, que dizem e mesmo desdizem.
Passei pelos livres, os politizados de esquerda, de direita, os assim-assim. Li os conhecidos, os menos conhecidos e até uns quantos desconhecidos. Os bons e os menos bons, julgo não encontrar razão para dizer maus, visto que tudo é proveitoso. Passei a manhã embrenhado em posts. Segui com bastante atenção trocas de mimos, ideologias, opiniões, conselhos, pontos de vista e de certa forma dei por mim a ter os meus também em cada assunto que ia lendo.
O que levo desta manhã chuvosa? Levo partes da blogosfera portuguesa condensada e que não somos definitivamente ilhas. O feedback e os outros são sempre benéficos. Descubro o
verdadeiro significado do «No man is an island». Pequena frase que sempre pensei ter sido dita por um conhecido músico. Afinal não, foi John Donne (1572 - 1631), from Devotions Upon Emergent Occasions, Meditation XVII. E passo a citar «[...] No man is an island, entire of itself [...]»
O ardiloso captou aqui à tempos um termo que não sai da cabeça. Serviço público de qualidade. Intriga-se do que isso possa significar. Será algo real ou imaginação esporádica de todos nós? A procura continua.
Creio na falta de originalidade, na falta de criação do novo. Tudo o que hoje tratamos por novo não é senão um espelho de algo já criado. Meras repetições magistralmente adornadas, espelhos nossos com sabor e cheiro a outros. Neste momento creio que só a ciência e a tecnologia deverão ser capazes de atingir o novo.
Digo isto, porque ao ler o Aviz, sigo o seu conselho e dou por mim em Prosa Caótica</a>. Gostei, achei bem escrito, talentado. E é que um dos posts traz-me à memória Mario de Sá Carneiro. Li, reli e pensei, onde havia lido semelhante com outros contornos. Foi Mário de Sá Carneiro quem para mim primeiro inventou o género de texto.
Continuo a crer na teoria da falta de originais e suas concepções.
Há dias que procuro uma certa intervenção divina e/ou ardilosa para escrever uma qualquer dissertação de três mil palavras. Comparo-me a uma laranja seca de onde nada mais é possível extrair.
Sempre me vi como pessoa de poucas palavras, não era hoje que iria encontrar o suco na laranja.
A madrugada continua a ser uma mesa de chá posta para três. O músico, a desenhadora e eu, o consumista. O tempo adquiria um aspecto intemporal nestas madrugadas de amizade partilhada. Era assim, madrugada e mesa posta de chá para três.
Ao lanche dou por mim noutra conversa acesa sobre o tema da moda por cá.O tabaco. Umas das pessoas sentadas a meu lado acaba por dizer, após delicada análise do rótulo:
- Fogo que esta coisa da impotência deixa-me preocupado. Os outros avisos nem ligo assim tanto, não chegam a ser maus.
- Achas mesmo, olha que ainda não li nenhum dos rótulos que seja bom. Por isso que são acerca dos malefícios do tabaco.
Ainda existe quem pense que tudo o que vem rotulado serve só para assustar.
"A vers"o definitiva da impressionate vis"o de Francis Ford Coppola de ì0 CoràÁ"o das Trevasî remonta e remasterizada, com 49 minutos de cenas inÈditas adicionais. Nomeado para 8 "scars& da Academia, este cl.ssico e envolvente Èpico sobre a Guerra do Vietname È interpretado por Martin Sheen, no papel do Tenente Willard, enviado para o Camboja numa perigosa e hipnûtica odisseia, com o objectivo de assassinar Kurtz (Marlon Brando), um coronel americano renegado, que sucumbiu aos horrores da guerra e se barricou num remoto campo militar."
Ainda bem que no fim destas contracapas temos sempre o mítico (Dados correctos salvo erro tipográfico).
Durante a semana madrugada é companhia, é silêncio absoluto bruscamente irrompido pelo trabalhar da máquina de lavar. Aquela sensação de calmaria à beira mar, de um azul-turquesa é rapidamente substituída pelo sec. XVIII e sua revolução industrial.
«Penso contar-lhe tudo. Sobre a Bárbara? Não, não, isso ela já descobriu. Durante anos fui-lhe fiel (a Vera Regina) apenas por preguiça. Hoje sou-lhe infiel pela mesma razão.»
Catálogo de Sombras - José Eduardo Agualusa.
O Ardiloso pede em ante mão desculpa pelo termo, mas puta que pariu todo o pedófilo, todo o violador e os media que acabam por invadir todos os dias as nossas vidas com tristezas deste género.
Recordo imensas vezes a minha mãe.
No entanto, não sou capaz de lhe ligar. Poderia, deveria ligar, mas parece-me que a liberalização em que fui educado durante a infância, deu lugar a uma libertação do peso "Mãe - Filho".
É a MJ. A MJ vive a sua vida e tem a sua própria vida. São vidas e vivências em nada compatíveis. Ao fim de pouco tempo de contacto, os gaps são visíveis.
Depois de que valerá ligar se levo sempre a mesma reposta. Aquela do género, «Sabes estava mesmo a pensar em ti e ia-te ligar hoje.» Desta vez espero que me ligue.
Entretanto MJ, se por algum acaso leres isto, fica sabendo que tenho saudades tuas!
Um beijo do teu filho. R
Alguma vez sentiram que em tudo pode haver uma feliz coincidência. Já começava a habituar-me a estas coincidências, a estes encontros diários, a poder saborea-los e a esperar por eles. Eram e são já o dia-a-dia. Mudei-lhes até o nome de coincidências para monotonia. Algo que acontece sempre, cria uma monotonia. Ontem esperava pela monotonia do olá, nas compras. Atrasei-me e atrasei meio mundo para poder estar à hora de haver encontro. Ontem por coincidência não foste às compras!
O ardiloso envergonha-se de nos últimos tempos ter perdido a noção do que a palavra pontualidade significa. Parece que todas as lições aprendidas em casa sobre pontualidade e sua importância nas relações com os outros se esvaneceu. Procuram-se soluções.
Pois é. Hoje é dia de derby. Vamos lá ver como tudo corre. Espero poder ver algumas imagens, preferencialmente de golos. Não é todos os dias que o Arsenal joga com o Chelsea.
Há algum tempo que andava com intenção de ler Álvaro Cunhal. Por diversas vezes passei pelo «O Aborto - Causas e Soluções», mas deixando-o sempre por questões de oportunidade literária ou outras.
Durante um noticiário ouvi Freitas do Amaral dizer que era espécie de "literatura oportuna". Segui o repto e obtive algumas luzes sobre uma questão pela qual nunca tentei ter grande opinião formada. Ainda agora não sei se a tenho consolidada. De qualquer forma valeu a pena.
Perdido nos mares da blogosfera portuguesa e concretamente no Blogue dos Marretas dei com Sabedoria popular pós-moderna. Ora aqui fica a sugestão.
Grão a grão, apanha a galinha uma congestão.
Na madrugada fico-me por aqui. Confortavelmente sentado, absorto em mil e umas coisas que não me deixem voltar adormecer. Dormir e sonhar em noites como esta não são a melhor forma de se descansar. Assim sendo, perco-me com a ordenação de vogais e consoantes em tentativas desesperantes de ideias e frases coesas. A noite tem este encanto.
O jantar ainda decorria. A conversa estava animada. A comida apesar de não muito elaborada estava deliciosa e saborosa. Ainda mastigava garfadas daquela refeição tão ansiada todo o dia. Depois de um dia extenuante, nada melhor do que um bom banho, uma boa refeição ( que estava a tomar acontecimento) e uma boa noite de sono.
A refeição ainda não havia terminado e já alguém puxava pelo cigarro. Tentei abstrair-me, eu sei o quanto tentei. Em desespero de causa e por uma simples refeição sem fumo perguntei de forma amistosa se não preferia repetir o jantar. Tudo muito bem. Comecei por ouvir elogios vários ao jantar, que estava sem dúvida fantástico. Escutei a vontade de repetir e que por vezes devemos castigar o corpo e não ceder-lhe a caprichos.
Não devo ter escutado tudo até ao fim, pois disparei modo exacerbado; - devias era castigar-te com falta de tabaco enquanto tento terminar a minha refeição.
É com certo contentamento que o Ardiloso já recebe palavras novas.
Há primeira vista podemos ver que o Ardiloso não é alentado.
adj.,
que tem alento;
corpulento,
robusto;
valente;
farto.
São momentos que nos marcam. Existe um "entalado" em mim.
- Sempre conseguiste falar com a C.?
- Sim, claro. Ela não te contou o que falamos?
Ainda hoje não enfrento C. Parece-me que ela não me olha bem de frente.
Ontem uma amiga apresentou-me a hermenêutica.
do Gr. hermeneutiké, scilicet téchne, a arte de interpretar
s.f.,
a arte de interpretar os livros sagrados;
interpretação dos textos, dos símbolos;
interpretação do sentido das palavras;
arte de interpretar as leis.
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