Abri a bracelete do teu relógio e fechei-a no meu pulso. Ainda as marcas de suor, ainda tu. Parada no ar, a minha mão dirigiu-se à tua gaveta. E, entre facturas, entre somas e multiplicações calculadas com os teus números, descobri um quadrado pequeno de cartolina com um coração redondo de papel de lustro. Abri-o e, com as minhas letras infantis, sobre linhas feitas com uma régua, li: Amo o meu pai,/ Amo o meu paizinho,/ Não tenho mais para te dar,/ Dou-te o meu carinho. E chorei.
Morreste-me - José Luís Peixoto (Quetzal Editores)
Esta coisa que aqui não se vê é a mais violenta - pensa Lenz -, esta coisa que está entre os livros, entre cada dois livros, energia que não tem nome senão o nome dos seus proprietários, Lenz Buchmann e o corajoso oficial Frederich Buchmann, seu pai.
E Lenz por uma vez sentiu-se atacado e sem tempo para reagir. Encostou-se a uma das prateleiras, baixou a cabeça e, pela primeira vez desde a morte do pai, fez o que não fizera sequer no enterro desse homem que colocara uma bala na cabeça no momento em que percebera que a fraqueza, com maneiras indelicadas, tomava conta dele.
Aprender a rezar na Era da Técnica - Gonçalo M. Tavares (Caminho)
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