por vezes passo por aqui em busca de uma certa nostálgia.
há sonhos e sonhos. o de hoje foi daqueles que nos faz pensar antes de voltar a adormecer. nunca nada tão real tinha ficado preso durante um dia sem que um detalhe se esvanecesse. os sons, a luz, as cores, o burburinho, a confusão...
Mas, no sonho de Duarte, essa construção fantástica haveria de ruir por completo: entrou em casa com seis caixas de cartão e começou por Wolfgang: o menino prodígio. O menino mimado armado em brincalhão. Um espertalhão a brincar às notas. Um brinca-na-areia incapaz de marcar um golo fora da área, de sujar os calções, incapaz de fazer uma falta, um passe de quarenta metros, perdido em rodriguinhos, perdido no labririnto que a sua própria habilidade tecia. Tirando talvez, sejamos justos, o concerto em Dó menor, o vinte e quatro. Aí sim. Aí foste quase um homem. Mas aí já era tarde, caralho. Já tinhas perdido demasiado tempo a dizer, olhem para mim, sou o Mozart. Vejam o que consigo fazer. E agora isto. E mais esta. Esperem. Esperem. Tenho mais um truque que vos vou mostrar. Tão genial que eu sou. Olhem para mim a bater punhetas. Punhetazinhas com as pontas dos dedinhos. E vocês todos a aplaudir, extasiados com a minha esporra a escorrer-vos pelas bocas. Puta que te pariu, Wolfgang.
O Teu Rosto Será o Último - João Ricardo Pedro (Leya)
Queimou as mobílias, queimou milhares de livros, queimou todas as telas. Foi só quando se viu desesperada que retirou os mucubais da parede. Ia arrancar o prego, apenas por uma questão de estética, porque lhe parecia mal ali, sem serventia, quando lhe ocorreu que talvez aquilo, aquele pedaço de metal, segurasse a parede. Talvez sustentasse todo o edifício. Quem sabe arrancando o prego da parede, ruísse a cidade inteira.
Teoria Geral do Esquecimento - José Eduardo Agualusa (D. Quixote)
Observar a vida dos outros pode transformar-se num vício. Quando, esta manhã, olhei (o mais dissimuladamente que pude) para a parte de trás do autocarro, as pessoas que lá estavam sentadas tinham quase todas o olhar parado, sem pestanejar, dirigido em diferentes direcções . Talvez fossem pensando na vida, no trabalho que tinham pela frente, nos filhos, nos netos, no cardápio para o jantar, nas prestações por pagar, mas, olhando-as, faziam apenas lembrar automatos de carne e osso, macilentos, que tivessem sido desligados ou estivessem hibernando até ao momento em que lhes fosse necessário retomar as actividades quotidianas. Havia, ainda assim, uma mulher ruiva dormindo, cabeceando um pouco. Pareceu-me, a ruiva, a pessoa mais viva de todas as que iam na parte de trás do autocarro.
Uma Mentira Mil Vezes Repetida - Manuel Jorge Marmelo (Livros Quetzal)
Sem abrir os olhos, sentindo um sonho a dissolver-se tão depressa que já nem se lembrava de qual era, Hector levou uma mão ao outro lado da cama, num gesto indolente. Óptimo. Aisha já se tinha levantado. Soltou um vitorioso peido, enterrando o rosto bem fundo na almofada para fugir ao pegajoso fedor a metano. Não tenho vontade nenhuma de dormir num balneário de rapazes, queixava-se sempre Aisha, nos raros momentos de desatenção em que ele se descuidava à frente dela. Ao longo dos anos, aprendera a refrear o corpo, só se desleixava quando estava sozinho: peidava-se e mijava no duche, arrotava no carro, não tomava banho ou não lavava os dentes o fim-de-semana inteiro, quando ela estava fora, em congressos. Não é que a sua mulher fosse pudica, parecia simplesmente ter dificuldade em tolerar os cheiros e expressões do corpo masculino. Já ele não teria qualquer problema em adormecer num balneário de raparigas, rodeado pela fragrância húmida e inebriante a coninha jovem e doce. A boiar, ainda meio preso nas tenras garras do sono, virou-se de barriga para cima e afastou o lençol do corpo. Coninha jovem e doce. Falara em voz alta.
A Bofetada - Christos Tsiolkas (D. Quixote)
As torturas são executadas no compartimento daquele que escolheram como carrasco. Por isso quando vês que se dirigem para o teu compartimento não consegues evitar a alegria: cerras os punhos, dás um urro de satisfação.
Só quando entrares no teu compartimento é que verás quem vai ser torturado por ti. Pode ser um desconhecido, mas pode também ser um amigo ou alguém que ames. Nessa altura sentirás nojo, não tanto pelo acto de tortura, a que és obrigado, mas pela alegria sentida, momentos atrás, quando percebeste que não irias ser a vítima.
Jerusalém - Gonçalo M. Tavares (Caminho)
- Não me importo que durmas lá em casa, mas nada de brincadeiras.
- Não, não, está bem. Não estou à procura disso. Só queria ficar contigo mais um bocadinho. Não me importo onde me deitares. Sou capaz de dormir em qualquer sítio... até mesmo no chão. E amanhã estou de folga, pelo que também podemos fazer qualquer coisa durante a manhã.
No regresso ao apartamento de Aomame, em Jiyūgaoka, apanharam o metro e chegaram a casa ao bater das onze. Estavam as duas agradavelmente alcoolizadas e sonolentas. Aomame fez a cama no sofá e emprestou um pijama a Ayumi.
- Posso ir para a tua cama por um ou dois minutos? - perguntou Ayumi. - Quero ficar junto de ti mais um bocadinho. Não me ponho com brincadeiras, prometo.
1Q84 - Haruki Murakami (Casa das Letras)
Ontem fiquei perplexo ao ouvir um comentador desportivo dizer que de cada vez que a estrela Benfiquista Saviola marca dois golos em jogo, o Sport Lisboa Benfica vence de forma expressiva e esmagadora. Não é mentira. Ontem o resultado foi expressivo. Mas também não é mentira de que Saviola com o estatuto que tem de estrela da bola, bem pode mostrar mais por jogo do que o que mostra.
Assim sendo, se Saviola, essa estrela cadente consegue num jogo dois golos, é perfeitamente normal que todos os outros jogadores de uma ou de outra forma também consigam marcar e engrossar o resultado. A questão não se põe em Saviola estar a jogar bem, mas sim no adversário estar a defender mal.
Abri a bracelete do teu relógio e fechei-a no meu pulso. Ainda as marcas de suor, ainda tu. Parada no ar, a minha mão dirigiu-se à tua gaveta. E, entre facturas, entre somas e multiplicações calculadas com os teus números, descobri um quadrado pequeno de cartolina com um coração redondo de papel de lustro. Abri-o e, com as minhas letras infantis, sobre linhas feitas com uma régua, li: Amo o meu pai,/ Amo o meu paizinho,/ Não tenho mais para te dar,/ Dou-te o meu carinho. E chorei.
Morreste-me - José Luís Peixoto (Quetzal Editores)
Esta coisa que aqui não se vê é a mais violenta - pensa Lenz -, esta coisa que está entre os livros, entre cada dois livros, energia que não tem nome senão o nome dos seus proprietários, Lenz Buchmann e o corajoso oficial Frederich Buchmann, seu pai.
E Lenz por uma vez sentiu-se atacado e sem tempo para reagir. Encostou-se a uma das prateleiras, baixou a cabeça e, pela primeira vez desde a morte do pai, fez o que não fizera sequer no enterro desse homem que colocara uma bala na cabeça no momento em que percebera que a fraqueza, com maneiras indelicadas, tomava conta dele.
Aprender a rezar na Era da Técnica - Gonçalo M. Tavares (Caminho)
Howl from Natalie Bettelheim on Vimeo.
Corro, só isso. Corro no vazio. Dito de outro modo: corro para atingir o vazio. No entanto, há sempre um pensamento ou outro que acaba por se introduzir nesse vazio. O espírito humano não pode ser um vazio completo. As emoções dos homens não se revelam suficientemente fortes ou consistentes, ao ponto de albergarem o vazio. Quero com isto dizer que os pensamentos e ideias que invadem o meu espírito enquanto corro permanecem subordinados a esse espaço oco. Na medida em que lhes falta conteúdo, mais não são do que pensamentos ao correr da pena que têm como eixo a natureza do próprio vazio.
Auto Retrato do Escritor enquanto corredor de fundo - Haruki Murakami (Casa das Letras)
JUMP from Julien Regnard on Vimeo.
The Sandpit from Sam O'Hare on Vimeo.
"E vou dizer-vos mais uma coisa. Uma minoria tem a sua forma própria de agressão. Desafia a maioria a atacá-la. Odeia a maioria, não sem um motivo, garanto-vos. Odeia até as outras minorias, porque todas as minorias estão em competição; cada uma proclama que os seus sofrimentos são os piores e que os seus males são os mais negros. E quanto mais odeiam mais perseguidos são, mais odiosos se tornam! Acham que sermos amados nos torna odiosos? Sabem que não! Então porque motivo o facto de sermos odiados havia de tornar-nos simpáticos? Enquanto estamos a ser perseguidos, odiamos as pessoas que contribuem para isso, vivemos num universo de ódio. Nem reconheceríamos o amor se deparássemos com ele. Desconfiaríamos dele! Pensaríamos que havia alguma coisa por trás... Algum motivo... Alguma armadilha...
Um Homem Singular - Christopher Isherwood (Quetzal Editores)
O inspector Flint era igual. Era mais obcecado, mas a táctica era exactamente a mesma. E, além disso, ele agarrara-se furiosamente a uma interpretação dos factos completamente errada e Wilt divertia-se a observá-lo a tentar imputar-lhe um crime que não cometera. Quase o fizera sentir-se importante e, sem dúvida, muito mais homem do que há muito, muito tempo, se sentira. Estava inocente e isso era irrefutável. Num mundo onde tudo era duvidoso e incerto de cepticismo, a sua inocência era uma certeza. Pela primeira vez na sua vida de adulto, Wilt sabia que tinha toda a razão, e o facto de o saber dava-lhe uma força que nunca pensara possuir. E, por outro lado, não havia qualquer dúvida no seu espírito de que Eva acabaria por aparecer, sã e salva, e até bastante mansa quando percebesse até onde a sua impulsividade a levara.
Wilt - Tom Sharpe (Teorema)
Chute (Fall) from Mathias Lachal on Vimeo.
Quando ainda era mortal debruçava-me sobre Lisboa a partir de Paris, e invariavelmente uma comoção semelhante à vergonha me passava pela alma, por me parecerem tão diminutos os assuntos que eu via serem debatidos pelos meus amigos nos cafés do Chiado. Hoje debruço-me sobre Portugal de uma varanda mais vasta - a Eternidade - e de novo me aflige o desdouro. Não que Portugal esteja pior do que há cem anos; está todavia mais pequeno. Já nem é bem um país - é um resumo.
O Lugar do Morto - José Eduardo Agualusa (Tinta da China)
(e começa assim este apanhado de crónicas publicadas na Ler.)
Gluko & Lennon ENG from Gluko & Lennon on Vimeo.
Many thanks to my friend Stefan on this one!
Thursday from Matthias Hoegg on Vimeo.
Enquanto esperava pelo almoço num restaurante de take away encontrei por acaso o pai de uma amiga de infância, dos tempos de escola. O que surgiu-me de imediato, foi a forma como o senhor me está associado. A lembrança que dele tenho, portanto. Levava a filha aos treinos, organizava as festas da filha e deixava a malta sempre bem à vontade. Com isto, ocorreu-me o que será que acontece com os meus amigos quando por algum acaso encontram o meu pai por aqui ou ali. Qual será a imagem que dele têm associada?
De imediato sou capaz de concluir que será sempre alguma situação que resvale num qualquer acontecimento cómico-trágico. E porquê? Não porque o meu pai goste, ou porque ao longo do tempo seja o palhacito de serviço, mas apenas, porque é exatamente essa a imagem que transmito dele.
E quando me perguntam porque sou tão gozão, tudo se prende com o simples facto, de que desde tenra idade tive a sorte e privilégio de poder ridicularizar a jeito de comédia os meus progenitores. Para eles não era insulto, mas sim, sinal de humor.
Então, sempre que algum amigo ou conhecido encontre o meu pai e de imediato lhe surja um momento mais cómico dele, só tiveram acesso a esse mesmo momento porque o palhacito de serviço (eu), aproveitou a situação para poder criar uma ou outra chalaça.
Se por algum acaso alguma vez leres isto pai, espero que saibas que o monstro quem o criou foste tu! És e serás sempre a minha referência no toca a momentos de humor. Sempre com um trago de carinho que trago por ti.
Love Recipe from Silkcats on Vimeo.
A conclusão não chega a ser surpreendente, uma vez que não é difícil imaginar que tal suceda a todos os que têm o hábito, talvez pernicioso, de comprar livros de um modo compulsivo, enchendo com eles estantes e mais estantes e lendo-os demasiado depressa, às vezes sublinhando frases, outras dobrando os cantos das páginas como se assim se fosse deixando para trás um rasto que é como um país se conhece a correr, prometendo voltar um dia para percorrer com mais vagar a sombra das ruas, a frescura das fontes, o vozerio dos mercados e a fala diversa das gentes. Assinalam-se nesse peculiar mapa os sítios a revisitar e, ao fazê-lo, establece-se um compromisso, uma promessa que talvez jamais se cumpra, perdendo os livros nas estantes, entregando-os ao pó e ao esquecimento, as dobras nos cantos das páginas vincando-se até serem tatuagens, marcas que não se apagam e que, um dia, comunicarão aos vindouros que aquele livro, um livro qualquer, pertenceu a um homem sem carácter que passou pela vida sem realmente ter chegado a conhecer coisa nenhuma.
Aonde o Vento Me Levar - Manuel Jorge Marmelo (Campo de Letras)
assim de repente, não, não emigrei. Apenas vim dar uma volta. Espairecer, mudar de ares portanto. Vim conhecer mundo, sair da minha rua.
E ainda que a situação económica, a política e a bola nacional estejam pelas ruas da amargura, não, também ainda não fiz intenção de imigrar. No entanto tal dia poderá chegar.
as gorjetas que temos de 'dar', de cada vez que nos mexemos algures pelos Estados Unidos. A gorjeta é oficial, instituída e necessária para a economia dos demais serviços. No entanto, em determinados serviços a gorjeta lembra-me um pouco o treino de um animal. Quando o canito rebola ou dá a pata, oferecemos o belo do biscoito como forma de o presentear pelo seu desempenho. Pedir um simples café e 'ter de dar' a tal gorjeta é exactamente isso que transparece, com o simples detalhe de o café, esse, ser tudo menos bem feito.
Comprara duas grandes fazendas, ali perto, na margem do rio, uma região famosa pela produção de vinho. Plantava maconha entre as videiras. A melhor maconha do Brasil. O vinho nem por isso. Rezava todos os dias a São Judas Tadeu, padroeiro das causa impossíveis, pedindo-lhe força para lutar contra os ecologistas, os hippies e toda a múltipla malandragem insensata que defende a legalização das drogas leves.
Bom é o interdito, disse. Senão veja, Adão e Eva, os nossos pais, viviam num paraíso tropical. Paraíso tropical, de resto, me parece um oxímoro. Só pode ser paraíso se for tropical. Ninguém imagina o paraíso situado na Suécia, por muito gostosas que as suecas sejam, e algumas são, embora, no meu parecer, lhes sobeje em peito o que lhes escasseia em bunda. Lá, no paraíso, mamãe e papai dispunham de boas mangas, abacaxis, papaias, goiabas, cajus, maracujás, talvez até acerolas, cajás, graviolas. Porque iriam se interessar por maças, frutinho mais sem graça, estúpido e insípido? Eu só comeria maças se me dissessem que não o podia fazer.
Milagrário Pessoal - José Eduardo Agualusa (D. Quixote)
O studium é o campo amplo do desejo negligente, do interesse diversificado, do gosto inconsequente: gosto/não gosto, I like/I don't. O studium é a ordem do to like e não do to love; mobiliza um meio-desejo, um meio-querer; é a mesma espécie de interesse vago, plano, irresponsável que sentimos por pessoas, espetáculos, vestidos e livros que achamos «bem».
A Câmara Clara - Roland Barthes (Edições Setenta)
sinto-me algo traído e usado. No fundo usei-me e traí-me! Há que pensar...
Em todo o caso, as mulheres são o que são: aparecem, insinuam-se, metem-se-nos no coração e, em pouco tempo, tomam conta das nossas vidas. Colonizam-nos. Subvertem a nossa natureza e moldam-na de acordo com os seus caprichos. Se somos inocentes e fracos, podem transformar-nos em monstros sem coração. Se somos duros e cruéis, são capazes de domesticar-nos, reduzem-nos a quase nada. Tenho visto muitos casos semelhantes e foi isto que me tornou desconfiado.
Aonde o Vento Me Levar - Manuel Jorge Marmelo (Campo de Letras)
Subi as escadas (não havia elevador) e enfiei a chave na fechadura. A porta abriu-se. Alguém tinha alterado a disposição da mobília e posto um tapete novo. Não, a mobília também era nova.
Estava uma mulher sentada no sofá. Tinha bom aspecto. Jovem. Boas pernas. Uma loura.
- Olá - disse eu - , vai uma cerveja?
- Oi! - disse ela. - Está bem, aceito.
- Gosto da decoração desta sala - disse-lhe eu.
- Fui eu que tratei disso.
- Mas porquê?
- Apeteceu-me, muito simplesmente - disse ela.
Ambos bebemos um bocado de cerveja.
- És porreira - disse eu. Pousei a lata de cerveja e dei-lhe um beijo. Pus a mão no joelho dela. Era um joelho agradável.
Depois bebi mais um gole de cerveja.
- Sim - disse eu -, gosto mesmo do aspecto disto. Vai-me ajudar a levantar o moral.
- Que bom. O meu marido também gosta.
- Mas porque é que o teu marido... O quê? O teu marido? Espera qual é o número deste apartamento?
- 309.
- 309? Meu Deus! Estou no andar errado! Eu vivo no 409. A minha chave abriu a tua porta.
- Senta-te, queridinho - disse ela.
Peguei nas quatro cervejas que restavam.
-Porque é que vais assim a fugir? - perguntou ela.
- Há homens que são doidos - disse eu, dirigindo-me para a porta.
- O que é que queres dizer com isso?
- Quero dizer que há homens que estão apaixonados pelas suas mulheres.
Ela riu-se.
- Lembra-te que estou aqui.
Fechei a porta e subi mais um lanço de escadas. Depois abri a minha porta. Não havia ninguém lá dentro. A mobília era velha e estragada, do tapete mal se via a cor. Latas de cerveja vazias no chão. Eu estava no sítio certo.
Tirei a roupa, fui sozinho para a cama e despachei mais uma cerveja.
Correios - Charles Bukowski (Antígona)
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