Depois de amanhã já devo ter chelpa!
s. f., gír.,
dinheiro.
Tipicamente português chegar ao fim do mês atrapalhado.
adj.,
embaraçado;
perturbado;
atordoado;
que tem dificuldades de dinheiro;
feito à pressa.
Certamente que durante o próximo mês terei mais atenção ao bagulho.
s. m.,
grainha;
Douro,
acervo de bagos pisados;
Trás-os-Montes,
bagos de romã;
gír.,
dinheiro.
Fico contente por trabalhar, senão só tinha dinheiro por meio de armadelas.
s. f., pop.,
intrujice para apanhar algum dinheiro.
As palavras que vou aprendendo dia a dia.
Eu perdi a minha clientela em Spoon River
por tentar que a máquina refletisse a minha mente
e assim captar a alma do modelo.
A melhor fotografia que alguma vez tirei
foi a do Juiz Somers, o magistrado.
Ele sentou-se muito direito
e mandou-me esperar
até conseguir endireitar o seu olho vesgo.
Quando estava pronto, disse-me "agora".
Então eu gritei "indeferido" e o seu olho voltou a entortar-se.
Apanhei exactamente a expressão que tinha
quando dizia "recusado".
Spoon River - Uma antologia - Edgar Lee Masters
Descobri este senhor ontem à noite. Estou a devorar a sua antologia.
Gostei imenso deste poema. Também eu tenho fotografado mais do que queria. Pena os "meus" silhares não ficarem como os imagino. A sua estática enjoa-me.
silhar
do Cast. sillar
s. m.,
pedra lavrada em quadrado, para revestimento de paredes;
pedra que vai de uma face até ao meio da parede;
pedra sobre que assenta a colmeia;
silhal.
E hoje não é quarta-feira, no entanto estou por cá. Vim com a sensação de que poderia escrever alguma coisa com sentido e sentida.
Hoje um pequeno acontecimento fez-me sentir imensamente vivo e bem. Alegrei-me.
Por vezes podemos procurar situações, acontecimentos, momentos, gestos, actos, um sem fim de coisas para nos sentirmos bem, muitas dessas vezes sem qualquer sucesso. E assim, quando menos esperamos, uma pequenina situação, tão pequena que chega a ser ínfima e absurda, mas que de forma simpática nos transforma o estado.
Fiquei bem com um olá e um sorriso de alguém que não conheço mas que me é estranhamente familiar. Faz tempo que não sorria com tanta vivacidade só com um simples olá. Foi a forma alegre, simpática, amistosa e familiar desse olá que libertaram cor no que começava por ser mais um dia cinzento na minha existência. Foi um olá muito banal, mas cheio de cumplicidade, parecia que existe uma espécie de relação de conhecimento entre mim e a outra pessoa. Mas foi imensamente compensador.
Terei de passar a dizer olá mais vezes. A partir de hoje direi olá mesmo a quem não conheça, como hoje fizeram comigo. Olá!
Tenho sido um rapaz de pastelaria e confeitaria. Troquei a vida por doces, por lanches repetidos vezes sem conta ao longo do dia. Tenho saboreado imensas doçarias, bolos, snacks, um sem fim de coisas comestíveis. É uma nova forma de estar na vida, uma forma distractiva. É assim que tenho visualizado o meu retorno ao "social". O retorno é feito pela visita obrigatória a cada confeitaria, pastelaria da cidade onde me encontro. Alimento-me, converso, discuto, leio, visualizo em cada um destes locais, vou-me dissolvendo pelas torrentes, solvendo-me entre as massas. Socializo. Contudo, sinto saudades da Avenida. Confeitaria chique da terra. Não pelo sítio em si, mas pela gente garbosa e pedante que por lá se funde.
garbo
do It. garbo? alt. Al. garawi?, bem preparado
s. m.,
elegância nos gestos, nos modos, na apresentação, na figura;
aprumo, donaire, gentileza, distinção;
porte marcial;
pundonor;
bizarria.
São os únicos que podem dar-se ao bom gosto do caprichoso preçário. A qualidade lembra-me apenas uma etiqueta, como uma qualquer marca de roupa entre nós conhecida. Mas mesmo assim sendo, tenho saudades de lá poder ir a um dia de semana. A maioria dos meus amigos, conhecidos de tempos escolares e distantes abanca por lá todas as tardes. Reunião de lanche. Hora social entre aqueles seres. Os novos yuppies, como lhes prefiro apelidar. Gente nova que acaba de integrar de forma despreocupada o mundo adulto. Sem quaisquer preocupações de vida, estes meus amigos, procuram o bom e o chique, o engraçado e o dado para se sentirem bem. Nada melhor que um lanche num sítio como o descrito em cima. É daqui que vem a minha saudade, a saudade da observação dos seus modos, das suas conversas, das suas ideias estupidificantes que conjuntamente os edifica. São todos capazes de ser alguém um destes dias, mas vivem num paralelo diferente do meu. E paradoxalmente continuam a ser-me conhecidos e queridos. Ao estar com eles, lanchar com eles e ouvir as suas coisas, sinto-me melhor para comigo mesmo. Existem pessoas mais vazias em tudo do que eu. Servem-me ao menos para encher o ego que anda tão por baixo.
Por muito que possa tentar, jamais terei o gosto pelos pópós, pelo auto-rádio, pelo escárnio do próximo, pela bola e por todo o tipo de practica desportiva que seja hype (moda). O importante sempre, é mostrar e demonstrar a nova forma social adquirida. Mesmo que não saía nada de interessante ou mais desenvolvido daquelas cabeças. Vivem no desinteresse das coisas, como que na ignorância divina. Há quem diga que a ignorância é um estado de felicidade. Cada vez mais acredito no firmamento desta ideia.
"A mãe diz que está a ser difícil ter lume para fazer o almoço de Natal mas que, se vou almoçar ao hospital, tenho de me lavar da cabeça aos pés. Não quer que a Imã Rita diga que eu não estou bem tratado ou que estou pronto para apanhar outra doença. Logo de manhãzinha aquece uma panela de água e quase me tira a pele. Limpa-me os ouvidos e esfrega-me a pele com tanta força que fica a arder. Pode dar-me dois pence para eu ir de autocarro para o hospital, mas vou ter de vir a pé para casa e até me faz bem por vir com a barriga cheia de comida..."
As cinzas de Angela - Frank McCourt - Editorial Presença
Entro na noite com receio, com uma inquietude miudinha. A noite tem-me sido companheira, tenho vivido na noite, vivido a noite. Não sonho na noite. Na noite a minha lucidez tem-se tornado clara, quase que enlouqueço. Metabolizo o meu pensamento com grande fluidez durante a noite. Espero que a noite mo ande a encaminhar com sapiência. A noite de hoje é fria. De uma frieza que aleija, que marca, que causa mau estar e desalento. Poderá alguém esta noite sentir o oposto? Uma noite em tudo magnífica que tanto anseio. Ah, como esse contrário também fere. Esperei mais esta vez pela noite que me esgota e consome. Que duma forma bastante pronunciada apaga a minha luz. Essa noite que me retira o sossego, a oportunidade de esquecer-me por umas horas, de libertar a minha consciência e todo o meu ser. A noite parece-me lúgubre e sem encanto. Irei deixar-me estar quieto, coberto do frio e dos males, ansiarei pelo descanso, a que a noite costuma estar associada. Que a noite passe, e o novo dia seja sinal de outros tempos.
Assusta-me andar a postar tipo copy-paste. O que tenho postado faz-me todo o sentido. São contudo uma espécie de posts egocêntricos, no forma em que estou a publicar para mim. É um postar para não esquecer, para manter na memória o que vai cá dentro.. é rídiculo, postar para ler e reler, para não ter de esquecer; como marca infindável deste tempo de mudança. Espero num futuro postar as minhas ideias, não me agrada este plágio que faço para me expressar. Quero muito poder exprimir-me correctamente e com palavras minhas, saídas apenas de mim, mas que sirvam todos e não apenas o meu Eu. Que não sejam no entanto apenas palavras e desvaires de alma. Que sirvam como marco, tal qual as que vou plagiando post sim, post não.
"Todos nós somos protagonistas duma história maravilhosa, mas só o artista pode desvendar a profundidade em que ela se desenrola, trazendo à superfície a suprema aventura da individualidade humana. Para o artista, para o psicólogo, não há almas simples. A simplicidade é um aspecto superficial do complexo, ou então a síntese de uma estrutura difícil. A simplicidade adquire-se com a maturação do espírito."
Contos Impopulares - Agustina Bessa Luís
"O que, pelo contrário, me parece inegável é que, vencido pela evidência, ou melhor, por uma fortissíma probabilidade, saí de debaixo do telheiro e comecei a balançar-me para a frente, suspenso no ar. O modo de andar de alguém que se desloca de muletas, tem, deverá ter, qualquer coisa de excitante, pois constitui uma série de pequenos voos, à flor da terra. Desloca-se, aterra-se, por entre uma multidão de gente ágil, que não ousa levantar um pé da terra antes de ter pousado o outro. Não existe, aliás, nenhuma forma mais jovial de caminhar que seja mais aérea do que o meu leve coxear. Aqui ficam os argumentos baseados na análise."
Samuel Beckett - Molloy - Relógio D'água
Existe algo que me encanta nas personagens de Beckett. São superficialmente muito simples, transparentes como água. Incolores e inodoras. São os chamados parvos, com os quais me identifico. São personagens muito alheias ao mundo, mas de uma complexidade extrema, com as suas cabeças envoltas em pensamentos, no turbilhão. Gostava de ser um Molloy ou um Malone.
Sempre me disseram para nunca desistir daquilo que gosto e acredito. Sempre deixei isso de parte. O que quis nunca teve qualquer valor e importância. Tenho pensado imenso em algo que amo de verdade. Será que devo desistir, ou finalmente dar ouvidos aos outros e ao que sempre me disseram.. Será que vale a pena ser ridículo, lutar contra o impossível,mas aquilo que me é imprescindível para ser feliz e poder viver. Será que valerá a pena olhar pelo vidro da camioneta mesmo sem resposta enquanto a camioneta parte. Será que valerá a pena ser-se magoado quando já nos magoamos a nós próprios. Eu queria ter repostas para todos os meus serás.. Mesmo não tendo, para já quero seguir o que sinto.
Existem pequenas rotinas, coisas que fazemos de forma banal, regular, mas que nos dão imenso prazer. São como momento de relaxamento. Agora, ter de as fazer de outra maneira, com outras pessoas, estas pequenas coisas podem demonstrar-se como um exercício matemático complicado. Faz hoje três dias que espero conseguir, ir ao Continente fazer compras. Sinto a falta daquela companhia do costume.
Segunda-feira foi dia de voltar ao trabalho de campo. Está a ser muito bom estar de volta. A previsão de duas semanas, foi esbatida para uma semana. Não há nada como trabalhar com entusiasmo. Mas pormenores à parte. Fomos destacados para a operação Sé de Vila Real. Oportunidade única de se fazerem sondagens arqueológicas dentro da Sé, Igreja de S. Domingos e obtenção de dados. Levantamento de siglas no interior da referida Sé. Mais uma série de pormenores.
Dividimo-nos naturalmente e ainda bem por duas equipes de 2 elementos cada. Mas à partida tinhamos a equipa Bip e a equipa Zé, da qual faço parte. Os Bips de seu nome, têm uma espécie de horário flexível, trabalho livre de poeiras e almoço prolongado. Mesmo assim a equipe Zé está feliz da vida. Não é o trabalho que aflige, mas sim a companhia, até porque nunca se devem misturar Bips e Zés no mesmo saco. Começo a perder-me em pormenores.
A verdadeira história começa com um comentário em tom duvidoso, - então e vocês não têm capacete? É claro que temos capacete de protecção, botas apropriadas e sei lá mais o quê que se encontra instituído pela tutela para este tipo de trabalhos. - Ora aqui estão eles. E para nosso grande espanto, - ah pois estão. Nem tinhamos reparado, porque são cor de laranja. Bem devem ter alguma coisa contra o laranja. Confesso que os ditos capacetes são um pouco pirosos, mas daí ao que se seguiu. - Na casa do Infante, os brancos como os nossos eram dos arquitectos e engenheiros, os laranjas como os vossos eram dos empreiteiros e trabalhadores em geral. A malta da arqueologia usava azuis. Engolimos a seco a deixa e num sussurro de dente cerrado, quase mudo, - tinhosas!
s. f., prov.,
cogumelo tóxico.
Seguimos em frente porque o entusiasmo era maior do que a foleirice ouvida. Como tudo na vida, o raio do empreiteiro encarregado dos serviços na Sé resolveu passear o belo do capacete, não fosse o telhado recentemente colocado e arranjado cair-lhe em cima, feito maça de Newton. Era novo e estava limpinho aquele capacete, tipo jóia da coroa, era contudo diferente dos trabalhadores; estes usavam vermelhos. Aqui toda a gente conhecia o empreiteiro. Vermelho para os trabalhadores, branco para o empreiteiro e afins. A malta da arqueologia usava laranja.
Certos pareceres e comentários deveriam ser guardados até o momento mais apropriado. Hoje é quarta e os Zés estão prestes a ir de fim de semana com serviço completo. Os Bips ainda parecem estar a ambientar-se aos andaimes.
Hoje ouvi uma daquelas palavras que já não ouvia há sei lá quanto tempo...
Alonso
- adj. (pop.)
palerma;
ingénuo;
vagaroso.
Já agora, para o alonso não ficar sozinho!!!
Garnachão
- adj. e s. m.
brincalhão
Landslide - Stevie Nicks - 1975
I took my love, I took it down
Climbed a mountain and I turned around
I saw my reflection in the snow covered hills
'Till the landslide brought me down
Oh, mirror in the sky
What is love
Can the child within my heart rise above
Can I sail through the changing ocean tides
Can I handle the seasons of my life
Well, I've been afraid of changing
'Cause I've built my life around you
But time makes you get bolder
Even children get older
And I'm getting older too
Oh, take my love, take it down
Climb a mountain and turn around
If you see my reflection in the snow covered hills
Well the landslide will bring it down
If you see my reflection in the snow covered hills
Well the landslide will bring it down.
Neste último mês estive de volta a casa. Foi certamente nestes quatro anos, o tempo mais longo que consegui aguentar por cá. Não consegui repor qualquer tipo de bateria. Também, não estive de volta a casa com essa intenção. Foi mais por causa do que faço. Foi por outras causas também que me mantive cá. Entre esse tempo resolvi criar este blog. Deixar que alguma coisa corresse em mim; ou não.
Durante este espaço de tempo, julgo ter mudado algumas coisas em mim, até no modo de pensar e de me expressar. Apurei os meus gostos, captei certas coisas que jamais iria prestar atenção noutras circunstâncias. Mas não é nada disso que me proponho a falar neste post.
Quero que este seja o post que dedico à minha avó. Gostava de poder dizer algumas coisas acerca desta senhora que toda a minha vida esteve presente. A minha avó não é muito velhinha, é uma avó na casa dos setentas. Mas do que trouxe da vida, fez-lhe custar mais um pouco, como que se a idade fosse ainda maior. Os anos em dobro ou algo similar. A minha avó sente-se velha e cansada. A minha avó faz a sesta após o almoço e durante a tarde. A minha avó pede-me para que a chame para ver o Rex. A minha avó incomoda-me um pouco quando tento trabalhar e chama-me de cinco em cinco minutos. A minha avó vive quase enclausurada, não se sente com muita vontade de passear, no entanto farta-se de tentar ajudar cá em casa.
A minha avó já tem uma memória selectiva. A minha avó já se perde por vezes a meio de conversas, chamo-lhes conversas em tom de simpatia, são alguns pequenos monólogos de coisas que desconhecia por completo e que durante este último mês tenho tentado ouvir com imensa atenção. Parece que a minha avó quer que as pessoas e os eventos das suas conversas jamais desapareçam. A sua memória selectiva coincide com os seus estados de alma. Se estiver bem, ouço histórias que nem ela pensava recordar, de coisas claro está, bonitas, belas e engraçadas. Quando está mais carrancuda e cinzenta como o Inverno, já a minha avó muito selectivamente conversa comigo sobre coisas mais tristes e sérias. Tenho ouvido relatos desta senhora de coisas quando ela tinha três anos. É complicado para uma pessoa com dois esgotamentos e uma vida de emoções lembrar-se de quando tinha apenas três anos de vida. Pois é, a minha avó é assim.. mas tão depressa se recorda de qualquer coisa nitidamente como a meio da nossa conversa durante o chá para e pergunta-me sobre o que falávamos. Por vezes muda rapidamente de temas como se tivessem ligação. Na maior parte dos casos não têm. Temo quase dizer que nunca têm. Mas tenho tido imenso prazer ao escuta-la e ao saber ouvi-la um pouco mais.
Agora estou outra vez de partida. Estou contente por poder mexer-me outra vez, como que se estivesse a nascer em mim algo de novo. Sem ser tão ardiloso, mesquinho e desonesto para comigo e para com os outros. Só espero poder continuar a ter tempo para a minha avó.
Já alguma vez provaram ou sentiram profundamente o sabor da solidão. Do estar sozinho com todos os que possam estar ao vosso lado?
A monotonia da vida e a solidão são certamente as coisas que mais sentimentos relacionados com desespero e tristeza me causam. Sou assaltado por um sentimento de pânico em pensar que nada poderei realmente fazer para afastar a impressão de monotonia da minha vida; por muito que inove, por muito que crie, por muito que viva, por muito que olhe as coisas e o mundo em geral de uma cor diferente todos os dias, certamente que a monotonia será o sentimento que me acompanhará para sempre.
A solidão, não é aquele sentimento de querer ter alguém comigo. Isso é o que toda a gente quer. É a solidão de não poder contar com ninguém, ou de saber que há alguém que conta comigo. Nem que seja para trocar ideias, palavras, desenhos... para ir comer um pires de tremoços. Não consigo pensar em vida estando alone with everybody else. Eu gosto de estar só. A experiência em si não é má, o que é mau é não ter um cultivo de amizades; será timidez? será o meu mau génio e feitio? será um outro qualquer será que a esta hora não me ocorre? Conclusivamente o que for terá obrigatoriamente que mudar. Colombo chegou às Américas, eu conquistarei as amizades em quem confiarei num futuro próximo.
Hoje foi dia em grande no Público. Era dia de Dvd e de Guia do Lazer. Finalmente vou poder rever o Italiano para Principiantes. É um filme medíocre, na altura até achei engraçado.. nada como tê-lo em Dvd.
Já o Guia do Lazer é um must do Público, com ele vou a todo o lado. Finalmente poderei ir à exposição da Paula Rego. Penso aproveitar mais algumas deixas e visitar outras exposições.
Li uma notícia de uma senhora "kamikaze" que me deixou um pouco em choque. Uma jovem de classe média, com apenas 22 anos, de aspecto bem jovem, casada e com filhos. Agarrada a uma Kalashnikov, toda camuflada, decide por fim à sua vida por uma causa. Foi a primeira senhora suicida usada pelo Hamas. As suas palavras ainda ecoam na minha mente.
" Sempre quis ser a primeira mulher a realizar um ataque de martírio, em que as partes do meu corpo pudessem voar como uma granada mortífera. Este era o único desejo que implorava a Deus." Que tenhas o que quiseste. Terá Deus ouvido as tuas palavras? Acreditaste certamente que sim. Enfim...
Outra notícia estranhíssima vem do caso do agressor da ministra sueca Anna Lindh, que diz em tribunal ter agido porque haviam "vozes" que o diziam para atacar. E se a moda pega em Portugal. Melhor nem pensar.
O caso Angola , não faço qualquer comentário. Certamente já andará muita gente a bater no ceguinho indiscriminadamente. Só penso que aquele povo ainda sofre mais do que devia.
Grande malha, é o que a PT está a dar às outras operadoras de acesso à Internet por banda larga. Que o digam a IOL e provavelmente o Clix. Não é que estes senhores estão a ficar sem se poderem governar, derivado aos preçários exigidos pela PT. Sendo "detentor(a) da infra-estrutura grossista e retalhista" a PT pratica aumentos aos operadores, não lhes dão qualquer lucro ou margem de movimentação. É o sufoco de quem se encontra por baixo nesta maravilhosa cadeia.
É com certa tristeza que leio uma notícia referente a uma tese em que se pode ler; "Uma em cada quatro universitárias diz ter tido experiências sexuais forçadas". Então senhores, é preciso ser-se assim? Parece-me que a velha máxima "de pequenino é que se torce o pepino" é literalmente levada a extremos. Aplicada a tudo. Do que pude depreender com o estudo em causa, cerca de 27% das estudantes universitárias afirmam ter sido vítimas de sexo forçado. Parece que os nossos machos latinos, são na verdade uns primitivos. Até parece anedótico, do género, não colaboram, nós forçamos. Nem se devem aperceber da brutalidade e da maldade que cometem. Provavelmente as conversas entre os sexos não são abertas. Os jogos de sedução de ambas as partes, são mal interpretados, mal-entendidos que dão nestes infelizes casos. Mas é preocupante. Daqui poderemos levantar imensas questões. Não deixa de ser triste e humilhante pelo menos para mim.
Hoje não encontrei nenhuma palavra nova. Revi uma dos meus tempos de escola; Simbiose
do Gr. sýn, juntamente + bíosis, modo de vida
s. f.,
associação heterogénea de dois seres vivos, com proveito mútuo.
Lembrava-me do que a palavra significava e no entanto não me lembrava dela em concreto. Aqui todos ganham, já no Parasitismo,
s. m.,
qualidade ou estado de parasita;
Biol.,
associação de dois organismos na qual um deles (o parasita) é beneficiado e o outro (hospedeiro) é prejudicado.
Hoje acordei com uma música na cabeça. Foi levantar, lavar a cara e os dentes, correr à procura do cd para poder escutar a musiquinha. Ao ouvir fui esboçando um sorriso cada vez mais rasgado, quase ao ponto de o ego explodir de tão grande que estava. São pequenas músicas como esta que fazem um dia começar em pleno. Obrigado Caetano.
Superbacana
Toda essa gente se engana"Este tipo deve ser do manipanço"
manipanço
s. m.,
ídolo africano;
feitiço;
As coisas que eu aprendo todos os dias.
Jovens detidos por planear remake do massacre de Columbine.
Não me digam que foi o cinema a dar ímpeto aos jovens..
"Perguntou-me se eu queria que ela cantasse qualquer coisa. Respondi que não, queria que ela me dissesse qualquer coisa. Pensei que ela me fosse dizer que não tinha nada a dizer; seria típico dela, e fiquei portanto agradavelmente surpreendido quando a ouvi dizer que tinha um quarto, muito agradavelmente surpreendido, mas também já suspeitava. Quem é que não tem um quarto? Ah, ouço o clamor. Tenho dois quartos, disse ela. Afinal quantos quartos tem ao certo? - disse eu. Respondeu que tinha dois quartos e uma cozinha. A casa não parava de aumentar, com tempo acabaria por se lembrar de uma casa-de-banho. Foi dois quartos que disse? - disse eu. Sim - disse ela. Adjacentes? - disse eu. Finalmente uma conversa digna desse nome."
Primeiro Amor - Samuel Beckett; Ambar
Uma pequena parte de um dos mais encantadores momentos de todo o livro.
Tive a oportunidade de ver a peça à uns anos pelos Artistas Unidos. Valeu por tudo o monólogo.
Ontem foi certamente um daqueles dias de trabalho. Não consegui ter tempo nenhum para mim. E quando o tive, estava completamente exausto e fatigado. Não consegui levantar nenhuma questão que poderia ter levantado, não pude expor nenhuma ideia. Fiquei-me pelo sono que finalmente começa a tomar conta do meu cansaço.
É bem verdade que a Câmara do Porto e a Universidade do Porto em tempo de vacas magras arriscaram e tiveram uma exposição de grande projecção, dos maiores eventos desta cidade no passado ano. Estou a falar dos Dinossauros do Porto. Não, não eram as personalidades desta cidade. Eram mesmo os fósseis e esqueletos destes seres outrora reinantes no nosso planeta. Diz a estatística que foram cerca de 240 mil pessoas, os que viram os Dinossauros. Devo ter sido um dos poucos infelizes que por tudo e por nada não entrou e se deliciou com os bichinhos. Não entrei por já ter visto outra exposição do género há anos. Contudo imperdoável visto ser na minha cidade e aqui tão perto.
Todos sabemos que aquela "grande" (depende do leitor) banda portuguesa faz 25 anos de carreira. Tantos quantos eu de vida. Mas que um jornal não faça mais nada do que ter notícias relacionadas com facto é que até leva a crer que o nosso país está culturalmente estagnado.
Falo é claro dos Xutos e Pontapés, a banda dos contentores e da casinha. Temo cair no ridículo ao comparar os Xutos aos Rolling Stones, mas a nível de Rock e carreira, são certamente os nossos dinossauros. E compreendendo que alguém que anda a tanto tempo na estrada chega a ser idolatrado, não deixo entretanto de tentar perceber se ainda fazem boa música ou se já é do género encher curriculum. Parabéns Xutos. Boa reforma.
Ao JN deixo um pedido. - Onde é que se ensontra a exposição da Paula Rego no Porto?
Andei o santo dia à procura de uma palavra nova..
esgrouviado
de grou
adj.,
alto, magro,
como o grou;
posto em desalinho;
desgrenhado.
Durão Garante Que Não Haverá Despedimentos na Função Pública .
Portugal e os portugueses em geral anseiam por este tipo de crenças. Fórmulas para as massas. A cura da ressaca, o factor Guronsan.
Senhor p.m., tivemos o privilégio de ler e escutar a sua missiva de natal. Agora com este reforço de ideias, previsões adquiridas com o "rigor", através desta sua mensagem de ano novo, alentamos a crença de que 2004 será o ano da recuperação e estabilidade. O tempo de propraganda para as massas já lá vai. "O pior já passou."
Senhor p.m., ando um pouco desiludido com a vida em geral e farei anos daqui a uns meses; será de algum modo possível receber uma mensagem de tanto positivismo e confiança vinda de sua parte? Conto consigo, afinal até pago os meus impostos como Português honesto que sou.
Hoje aconteceu lembrar-me de uma daquelas palavras de euforia que me trazem à memória momentos engraçados e de pura alegria. Era uma palavra que fazia expressar a minha alegria perante qualquer coisa. Era algo bastante monossilábico mas com uma sonoridade muito distinta. Tinha saudades de me ouvir dizer Weeeeeeeeeeeeeeee... Serão os medicamentos a afectar-me? Espero poder dormir esta noite! Weeeeeeeeee...
O ardiloso, assim como qualquer grande club de futebol que se preze também faz os seus reforços. As chamadas contratações de Inverno. Assim sendo, e com grande esforço monetário e de desgaste psicológico; após longas horas de conversações tenho o prazer de anunciar a mais recente contratação para este blog. Nada mais, nada menos, do que o meu sempre amigo, palhaço e companheiro Rui. Espero sinceramente que jogue sempre pela camisola e que mostre grande apreço pelo club que o acolhe de braços abertos como um filho. Que sirva os interesses vis em futuros posts no Ardiloso. A equipe acaba de aumentar 50 %. Desta feita somos dois!
Hoje olhei-me ao espelho. O que vi? Não consigo ainda precisar concretamente o que observei do espelho de alma. Era um outro, sim! Um outro ou um novo que não eu.
Como foi possível em tão pouco tempo entrar no estado paranóico e de desespero em que me observo? Contínuo sem respostas perante o que vi de mim ao espelho.
E é claro que não faço a observação física, essa foi logo posta de parte. Nem fisicamente constato semelhanças de mim próprio. Eu lembro-me de mim.. Tenho fotografias minhas, tenho ainda a minha memória, que em todo o caso comprova que o que vi não era definitivamente eu.
E agora, que poderei fazer para voltar a olhar ao espelho e ver-me de novo? Preciso conseguir acalmar-me um pouco. Olhar para as minhas poucas hipóteses.. Tentar extinguir esta ânsia do nada. Seguir uma das minhas hipóteses afincadamente, tendo sempre em mente que só estou a remediar, é apenas uma tentativa de saída em branco. Sem deixar mácula em mim e no mundo em que vivo inserido. O difícil não foi chegar onde estou, vai ser sair daqui.
É o que posso catalogar como uma fase fraca da vida. Como um mundo de novas oportunidades se pode revelar o meu próximo pesadelo. Já não chegavam os que realmente tenho noite após noite. São aquelas oportunidades de uma vida que vêm precisamente na pior altura. Tudo ultimamente tem surgido em má altura ou de forma inesperada. Ando com um timing terrível. Ainda ontem dizia que era uma pessoa de sorte. Afinal era uma sorte ínfima e efémera.
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" Daqui a trezentos anos uma boa charanga execravelmente mal parida dirá mais aos sociólogos do que mil canções jeitosas. Se o ser humano também se conhece através da sua patologia, o mesmo aplica-se à arte, ou não? "
Escrítica Pop - Miguel Esteves Cardoso
Quem diria.. o futebol e o Euro 2004 são mesmo uma maravilha. É estádios novos, é espectativa de uma conquista de taça. É a esperança de muitos gringos cheios do dinheiro para finalmente tirarmos a barriguinha da miséria. Vai ser uma alegria. Até a PSP e a GNR esperam com ansiedade a festa do futebol. Não é pela festa no sentido estrito da palavra é claro, mas graças a ela vão finalmente actualizar o seu equipamento e material de intervenção. Só esperamos que não seja como o Glorioso, sempre que estreia coisas, leva forte e feio no pêlo. Ver notícia.
Tinha um novo vício. Eram as palavras cruzadas. Esqueci-me do meu livrinho. Não sei dele. Mas sinto imensa falta do meu livrinho de palavras cruzadas. Com ele estava a aprender novas palavras e que não precisava de muita coisa para estar entretido. Faz-me falta o meu pequeno livro de palavras cruzadas
À coisas que nos ultrapassam...
Hoje um amigo trouxe-me o Escrítica Pop do Miguel Esteves Cardoso. Digamos que já tinha perdido a esperança de adquirir o mítico livrinho! Finalmente poderei deliciar-me com os textos deste senhor.
Um agradecimento e um bem haja ao meu amigo Jorge "Jomi"
Logo após o almoço e para apanhar um pouco de ar antes de regressar ao trabalho, resolvi dar uma volta pela minha rua. Somente os meus vizinhos pertencentes à terceira idade por lá andavam. Todos eles sexagenários, ou ainda mais velhinhos. Tal como a minha avó. Mas é triste ver que se passeiam pela borda do passeio. Rua acima, rua abaixo na melancolia deste princípio de tarde de Inverno. São na sua maioria pessoas que vivem em casa dos seus filhos e que nada têm para fazer, e sem terem mais para onde ir. Esperam que haja um pouco de sol para um breve passeio pela rua. É claro que apenas utilizam o passeio da direita! O da esquerda não é banhado pelo sol da parte da tarde.</font>
Mas o que realmente me deixa inconformado, é o facto de não se conhecerem. Parecem icebergs isolados e à deriva. São cordiais entre si no cumprimento, mas incapazes de tentarem mais do que um simples boa tarde. Parece que têm a noção que tudo o que lhes resta é a solidão.</font>
Espero nunca ter de chegar a este ponto. De apenas ter um lado da estrada para poder andar se quiser apanhar alguns raios de sol, e em que tudo o que posso fazer é apenas desejar boa tarde aos restantes transeuntes. Preciso de parar, de me sentar, de encontrar assunto e de ter conversas amenas. Qui ça jogar o dominó, o xadrez ou até mesmo as cartas! Tudo o que sei, é que não quero acabar assim. Velho e só.</font></span>
Prazenteiro
Se fosse ontem poderia ter dado para o torto. A partir de hoje certamente será elogio.
Do ant. prazente
adj.,
que revela prazer;
jovial;
afável;
Portugal é o único país da Europa onde ainda podemos cuspir livremente para o chão em público. Quem diria... Que nojo! Portugal é também quase certamente o único país da Europa onde podemos levar a Fifi e o Jollie a passear livremente sem levar o saquinho plástico para a recolha da caquinha do dito cujo. Pois é, e pior mesmo é quando somos abençoados por pisar o lindo presente deixando tão estratégicamente no passeio. Poupo os pormenores... Enfim lá sujei as botas que tenho em alta estima. Conseguiram estragar-me o dia e deixar-me verdadeiramente transtornado. Agora imagino-me cego, acho que cego o mundo iria ser caótico. Apelava contudo a todas as pessoas que têm os seus animaizinhos e que gostam de dar a voltinha de descompressão para levar sempre o saquinho do animal, imite um pouquinho o seu vizinho europeu. Vai ver que não custa nada, e mais que não seja eu agradeço. Obrigado.
Até sabemos que têm uns preços mais em conta.. mas atrasarem os voos sem qualquer explicação. É um pouquinho de mais! Por essas e por outras que continuo a viajar em companhias estrangeiras. Ver notícia.
"Tratador de Crocodilos Que Actuou com Bebé ao Colo Escapa a Acusação"
Á gente para tudo... Não seria eu a alimentar os meus animais com o meu filho ao colo. Estando claro a falar de crocodilos.
... foi a música que me ocorreu ao ler esta notícia de última hora. Não é que entrou mais um meteorito na nossa atmosfera. O primeiro do ano! Mas ainda está por confirmar.. pode perfeitamente ser o resto de um qualquer satélite obsoleto que tenhamos deixado apodrecer lá em cima.
Dizer que isto seria coisa da Idade da Pedra é um absurdo, porque ela existe neste nosso século. É certo que deverá ter começado sensivelmente durante a Idade da Pedra, em África. Ao que parece tudo surge em África...
Aa mutilação genital feminina está atribuída a comunidades Africanas e Islâmicas. Esta prática está ligada ao Islão mas de forma errónea, pois o que se "estabelece entre os muçulmanos e a excisão deriva em muito do facto de os líderes islâmicos não terem uma posição homogénea". Segundo o Público.pt, algumas pessoas já excisadas sabem que o Islão em nada tem a ver com a barbaridade, contudo continuam a acreditar que "o Corão e Alá é que mandam fazer aquelas barbaridades".</aux></texto>
Pelo que pude ler no Dossier do Público o acto em si é do mais bárbaro que possa existir. Existem certas tradições de certos povos que deveriam simplesmente extinguir-se. É inadmissível que se faça algo de tão cruel a mulheres, só por ser cultural e socialmente aceite no meio onde é praticado Pois se o é, é incorrecto também.
Tudo piora quando temos conhecimento de que possam existir casos de excisão feminina em portugal. Não que tenha nada de racista. Mas Portugal tem leis contra a mutilação genital feminina. E se as leis Portuguesas não se fizerem sentir, que se façam as da Europa onde nos encontramos inseridos. Não podemos deixar que as comunidades existentes possam de certa forma manter as suas tradições.
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